NÃO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Devido á crescente onda de conservadorismo e preconceito por pessoas que organizam e produzem eventos voltados para o público que ouve rock em Joinville e depois de declarações abertas nas redes sociais de homofobia, machismo, racismo e outras formas de opressão, viu-se como necessário um evento que trouxesse o diálogo, debate e os questionamentos políticos novamente para os shows de rock em Joinville. Dessa iniciativa, coletivos e movimentos sociais se organizaram para produzir o Ocupa Rock. Dentro dessa necessidade de questionamento e informação é que o Coletivo Pinte e Lute produziu o mural NÃO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO.
A violência de gênero é fruto da cultura machista/patriarcal da sociedade, substanciada diretamente pelo sistema capitalista (dominação e exploração), onde um indivíduo exerce opressão a uma vítima do sexo oposto.
As vítimas da violência de gênero são as mulheres e pessoas não heteronormativas, afinal cabe ao homem cis hétero o “papel social de manter os padrões e a dominação masculina na sociedade”, e como instrumento desta função utiliza-se da violência, que pode ser manifestada de diversas formas e não apenas agressão física, como muitos pensam.
Ao longo da história as mulheres sempre ocuparam papel secundário na sociedade e tiveram que lutar muito para conseguir seus direitos e nesse cenário de luta xs homossexuais ainda estão no processo de conquista, muitas vitórias vem sendo alcançadas, porém estes grupos tem lutado até hoje, diariamente contra o patriarcalismo que ainda impera nas mais diversas maneiras.
A forma de opressão machista mais comum e ao mesmo tempo mais sutil é a chamada violência simbólica. Ela está presente nas piadas de cunho machista, nos padrões de beleza impostos, nas propagandas publicitárias, onde a mulher é estereotipada e tratada como objeto sexual e até mesmo na linguagem (quando se utiliza o gênero masculino como neutro nas expressões e ditos populares que ridicularizam a mulher, nos palavrões – onde tudo remete à sexualidade feminina ou LGBT com intuito de ridicularizar, enquanto “do caralho”, por exemplo, é usado para expressar algo “muito bom”).
Existe também a violência psicológica, quando o agressor humilha, menospreza, persegue ou ameaça a vítima, a rotula “de acordo com seus atos”, na maioria das vezes em relação a sexualidade ou vestimentas, afetando nas suas decisões, personalidade, forma de agir e pensar, coagindo-a a fazê-los conforme a vontade do opressor.
A violência física, autoexplicativa, é mais denunciada e mais facilmente perceptível, mas isso não anula o fato de que acontece com muita frequência e inclusive casos de homicídios, chamados “crimes passionais”.
A violência sexual, onde o agressor obriga a vítima a fazer o que não quer e se “apropria” do corpo dela(e) contra vontade, através de estupro, assédio ou impondo à vítima a forma como ela deve agir e exercer sua sexualidade também é um tipo de agressão e que assim como a violência física acontece com muita frequência e é em alguns casos denunciada, mas estudos apontam que uma em cada cinco mulheres é/será violentada sexualmente durante sua vida, e o abuso sexual não acontece somente na rua, com estranhos, mas dentro de casa, dentro de relacionamentos afetivos.
Para piorar ainda mais a situação, ao realizar a denúncia, recorrentemente a vítima é questionada sobre a roupa que estava usando, o local que estava indo e até mesmo tem que passar pelo constrangimento de “provar” a agressão e sua tentativa de resistência à mesma, caso contrário não é levada a sério e pode ser até responsabilizada pelo ocorrido.
Precisamos compreender o quão prejudicial e ao mesmo tempo naturalizada é a violência de gênero e lutar para denunciar, confrontar e principalmente para não cometer ações que possam de alguma forma ridicularizar ou oprimir uma pessoa do sexo/orientação sexual diferente.
A culpa não é da vítima!
Diga não à violência de gênero!

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